PCGO prende 19 alunos que fraudaram ingresso em cursos de medicina

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Polícia Civil cumpriu mandados em cidades goianas e da Bahia; investigação aponta que alunos fraudaram ingresso por transferência externa
Dezenove estudantes de medicina foram presos por suspeita de ingressarem no curso por meio de transferência externa com uso de documentos falsos. No total, a Polícia Civil de Goiás prendeu 17 estudantes em Formosa, no Entorno do Distrito Federal (DF); 1, em Goianésia, a 175 quilômetros de Goiânia; e 1, em Barreiras, na Bahia.
O delegado Danilo Fabiano, do 2º Distrito Policial de Rio Verde, no sul de Goiás, disse que parte dos alunos cursava medicina no Paraguai e conseguiu transferências para instituições de ensino superior, mediante apresentação de documentos falsos que beneficiavam os suspeitos no processo de seleção.

Outros estudantes são investigados, segundo o delegado. “Temos informações que algumas dessas pessoas pagaram entre R$ 40 mil e R$ 80 mil por documentação falsificada”, ressaltou Danilo Fabiano, acrescentando que a maioria deles estudava antes no Paraguai.

“Grande parte desses alunos é [de cursos] do Paraguai e foi cooptada com a utilização desses documentos falsos para ingressar em universidades brasileiras, principalmente, aqui, em Goiás”, disse. Segundo o delegado, os alunos entravam a partir do quinto ou sexto período, já na metade do curso, sem ter estudado em qualquer faculdade no Brasil.

A investigação identificou que quatro estudantes são da mesma família, sendo uma mulher, seus dois filhos e seu irmão. Outro caso que chamou a atenção da polícia foi a presença de quatro casais que estão entre os estudantes presos.
Risco à população
Todos os suspeitos conseguiram vagas em processos seletivos de transferência externa nos períodos finais do curso de medicina. Alguns deles, inclusive, já estavam na fase internato, ou seja, atendendo à comunidade na prestação pública de serviço médico. Para a polícia, isso causaria risco à vida ou à saúde das pessoas atendidas.

“Parte desses alunos estava no internato, em atendimento à população assistido pelo médico preceptor, que é o professor, podendo induzi-lo a diagnóstico errado”, destacou o delegado. Ele ressaltou que os investigados não estudaram nenhum período no Brasil, motivo pelo qual fizeram a transferência do Paraguai, de forma criminosa, com falsificação dos documentos.

A investigação começou há cinco meses após a receber de uma das instituições a informação de que alunos estariam usando documento falso para ingressar no curso por meio da transferência externa.

De acordo com o delegado, os alunos presos serão interrogados e outros ainda são alvos da investigação. “A Polícia Civil avançará nas investigações para identificar outros universitários que eventualmente estão com documentos falsos e inclusive nos bancos escolares aqui no Brasil para que sejam responsabilizados”, asseverou.

Confirmação
Em nota, a Universidade de Rio Verde (UniRV), uma das que foram alvo do esquema criminosa, disse que identificou fortes evidências de fraude documental praticada por alguns dos candidatos no processo de transferência. A instituição explicou que as faculdades que seriam de origem dos alunos confirmaram as fraudes.

A nota diz ainda que a universidade comunicou as fraudes à Polícia Civil, que assumiu o caso e orientou a continuidade da transferência para não atrapalhar a investigação. Após a operação policial, a instituição comunicou que vai expulsar os estudantes investigados.
O Metrópoles não conseguiu localizar a defesa dos estudantes, para se manifestar, já que os nomes deles não foram divulgados.

Por Cleomar Almeida – Metropoles

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