Política ambiental estremece apoio de evangélicos a Bolsonaro, aponta pesquisa

Rafaela Felicciano/Metrópoles
Veja aqui a íntegra da pesquisa:

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“Mundo que Deus sonhou”
O Metrópoles conversou com o pastor Josias Vieira, ecoteólogo da Igreja Batista, em Coqueiral (Recife), e coorganizador da Coalizão Evangélicos pelo Clima – criada com intuito evidenciar as pautas políticas que dizem respeito ao meio ambiente e traduzi-las para os evangélicos e comunidades indígenas.

Segundo o pastor, ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, nem todos os evangélicos apoiam o presidente Jair Bolsonaro. Ele diz que existe uma grande parcela das instituições alinhada a Bolsonaro, “evidenciada pela bancada evangélica”, que “pensa apenas em dinheiro”, mas que há também os religiosos interessados em “construir um mundo que Deus sonhou”.

“Uma coisa é o povo de Deus e outra coisa é o povo evangélico – que tem de tudo –, e boa parte não conhece Jesus. O povo de Deus espera que saiam ele [Bolsonaro], o vice-presidente e todos que compõem esse governo. Eles não tem o menor compromisso com o povo brasileiro. Já a bancada evangélica está associada à exploração, à ausência de justiça. Está associada aos pressupostos de devastação. Ela não representa o povo de Deus. Ela representa instituições”, disse Josias.

O pastor, que declarou ser totalmente contra a abertura de templos religiosos em meio à pandemia de Covid-19, afirmou que a briga em torno da liberação dos cultos, que inclusive foi julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e acabou vedada, foi por ganância. “Igreja fechada traz menos dinheiro para esses caras”, falou.
“Política de morte”
O pastor avalia que “qualquer ação na direção de explorar o meio ambiente é um pecado contra a santidade criadora de Deus”. Para ele, Bolsonaro “atenta contra o Reino de Deus”. “De cristão ele não tem nada”, declarou, argumentando que o presidente representa a necropolítica – uma “política de morte”.
“Quando esse homem nega a eficácia da vacina, tira a máscara de uma criança, bloqueia a chegada de vacinas, ele está matando o povo. Em relação ao meio ambiente, ele estruturou através de Salles uma degradação do meio ambiente. Desde o começo, ele falou que era contra a demarcação de terras, o ICMBio e o Ibama. Quem votou nele, não pode dizer que votou enganado. Estava interessado em outras coisas que não são de interesse coletivo”, falou Josias.

Com informações do Metrópoles 

 

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